Durante a atividade física se produzem mudanças na circulação
sangüínea destinadas a prover um maior aporte de oxigênio aos tecidos que estão
se movimentando. Este aporte maior se produz graças ao esforço do coração,
devido a que este órgão aumenta o volume de sangue que envia ao corpo todo, uns
70 centímetros cúbicos de sangue por batida. Este valor, multiplicado por 70
batidas por minuto (a normal, em repouso) representa, aproximadamente, 5 litros
por minuto. Mas durante o exercício esse volume pode chegar a se quintuplicar
devido às mudanças que se produzem no organismo, por exemplo, o aumento da
freqüência cardíaca. As necessidades metabólicas que surgem durante a
atividade física são compensadas mediante adaptações do sistema circulatório
central e o periférico, como o aumento da pressão arterial máxima e da
freqüência cardíaca, a vasodilatação periférica e a local, e uma diminuição da
pressão arterial mínima. O organismo contrai as artérias das regiões onde não
se necessita um alto aporte de oxigênio, por exemplo, nas vísceras. E dilata ao
máximo as zonas de esforço, dos músculos de pernas e braços, que requerem
máximo aprovisionamento de oxigênio.
Muitos índices de hipertensão podem estar
relacionados a stress e ensinar às pessoas técnicas de gestão de stress
eficientes, podem conduzir a uma redução do stress e a uma diminuição
conseqüente da pressão arterial (McCaffrey et al., 2005) e o pilates, com suas metodologia
consciente, pode desempenhar um papel importante nesta aprendizagem.
Devido a semelhança de muitos aspectos gostaríamos de citar a tese de mestrado do prof Danilo Santaella, onde relacionou-se a prática do hatha yoga com a avaliação da pressão sangüinea em hipertensos. A conclusão foi que para os hipertensos, é importante associar exercício com o relaxamento como uma maneira de prevenir o estresse pois constatou-se que esse par diminuiu a sua pressão sanguínea. Dentro das práticas de pilates acabamos encontrando estes dois aspectos: o exercício e o relaxamento.
Lembramos aqui alguns cuidados ao se prescrever exercícios para
hipertensos, evitando estimular o aumento da pressão arterial e
conseqüentemente o risco de ruptura de algum aneurisma durante a prática dos
exercícios :
- Evitar trazer a cabeça abaixo do diafragma respiratório.
- Evitar permanecer de uma forma prolongada com os braços acima da
cabeça sem descanso. E da mesma forma, a elevação das pernas permanecendo de
forma estática por um período longo.
- Muito cuidado com as mudanças rápidas de posições. Permita
que o corpo faça os ajustes e adaptações calmamente.
- Cuidado com hiperventilações, expirações rápidas e forçadas e
suspensão de respiração.
- Evite que o aluno tombe a cabeça para trás, sem apoio ou
sem controle.
- Exclua da série ou pelo menos evite as posturas invertidas (em
que a pessoa fica de cabeça para baixo).
Esteja sempre atento a qualquer sintoma do seu aluno, perguntando e
recebendo feedbacks incansavelmente, desta forma não haverá riscos. Outra
sugestão que eu gostaria de deixar, (apesar de não conhecer) é da existência de
um curso, realizado dentro do Incor (cito devido a seriedade de trabalho desta
instituição) que trabalha de uma forma específica assuntos ligados ao coração,
mas precisamente “Pilates na Reabilitação
Cardíaca” É promovido pela Unidade
Clínica de Insuficiência Cardíaca e agradeço se alguém que conhece mais
detalhes sobre o curso nos comunique.
Por Gerusa S. Gurak
Fonte auxiliar: