Um blog que surgiu do interesse de três colegas de profissão, profissionais de adoram o que fazem e não se cansam de trocar experiência, discutir o porquê de cada coisa, aprender e melhorar a cada dia nosso ofício. Junte-se a nós, apresente sua opinião de como você trabalha com o pilates, interaja.... será um prazer trocarmos nossas experiências!

5 de jul. de 2012

Lesões do Ligamento Cruzado Anterior e Pilates

                O ligamento cruzado anterior do joelho (LCA) encontra-se conectado à porção póstero-lateral do intercôndilo do fêmur e também à porção anterior à espinha da tíbia.  Tem como função estabilizar, controlar a cinemática e prevenir rotações e deslocamentos anormais da articulação do joelho.  Desta forma, é o LCA que trabalha evitando a rotação tibial, a angulação varo-valgo e, principalmente, a translação anterior da tíbia em relação ao fêmur.


             Observando a ação do LCA, devemos fazer algumas considerações antes de escolher o repertório de exercícios a serem realizados.
                Exercícios em cadeia cinética fechada tem menos probabilidade de gerar uma translação anterior da tíbia, pois a força é dissipada entre várias articulações dos MMII. Em cadeia cinética aberta, apenas uma articulação receberá a sobrecarga total. Além do que, neste tipo do exercício, o quadríceps, os músculos posteriores da coxa e os glúteos são ativados reduzindo as forças de rotação da tíbia, que estariam presentes nos exercícios de cadeia cinética aberta (PEPPARD,2001). Assim, considera-se extremamente importante o fortalecimento de ísquiostibiais, glúteos e quadríceps para prevenção e tratamento de lesão de LCA.  As extensões completas de joelho devem ser evitadas, pois ocorre maior solicitação mecânica do ligamento.
                A realização do trabalho proprioceptivo será indispensável, uma vez que estimulamos os mecanorreceptores geramos uma resposta mais rápida em situações inesperadas, que muitas vezes envolvem torções, por exemplo, pisar em buracos, cair de escadas, etc.
                 O alongamento dos rotadores externos do quadril também é importante, pois quando encurtados geram a rotação externa do fêmur, tensionando o LCA (Hewet. T, 2010).
                A análise postural será indispensável para identificar qual o mecanismo que lesionou o LCA. Sendo um geno valgo, por exemplo, deve-se seguir as orientações para isso, como alongar e fazer liberação miofascial da banda íliotibial, bíceps femural,  pectíneo e grácil e fortalecer tensor da fáscia lata e rotadores externos.
                É interessante liberar as fáscias das estruturas encurtadas para fortalecer na sequência seus antagonistas, evitando a tensão oposta.
Exercícios indicados dentro do método Pilates:
- Footwork com apoio dos pés do balance disc ( com suporte da prancha de saltos);
- Ponte sobre a bola com dissociação de MMII (flexionando e estendendo os joelhos);
- Agachamentos com auxílio da barra torre do Cadillac e também utilizando acessório de equilíbrio;
- Side kick series;
- Alongamento de MMII passivo estático com as alças de pés do reformer (unilateral)
- Liberação miofascial com o rolo;
                Devemos sempre tomar muito cuidado ao lidar com patologias do joelho, pois é uma articulação de grande sustentação corporal e suas disfunções geram compensações por toda a estrutura corporal.
                Por Viviane Vales

6 comentários:

  1. OI Viviane

    Muito bom seu trabalho, mas não entendi sobre a análise postural com a hipótese de geno-varo o porquê de fazer alongamento e liberação miofascial na banda iliotibial. O trato iliotibial nao já estaria alongado-fraco com o geno-varo?

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    1. Oi Rafael, obrigada por ler nosso blog. E você tem toda razão! Essa recomendação é para geno valgo! Me confundi na escrita e vou corrigir no texto.
      Aproveitando, vamos discutir uma pouco essa forma de trabalho.
      Devemos sempre lembrar que uma musculatura em desequilíbrio não necessariamente pode ser considerada forte/fraca pelo seu posicionamento. Uma musculatura que está a muito tempo sem estímulos específicos de força, pode apresentar uma tensão da miosfáscia. Dessa forma, liberando-a, podemos trabalhar na magnitude do músculo, potencializando o estímulo. Se liberamos os tecidos que conectam as cadeias musculares (fáscias), temos uma ação das fibras mais eficientes.
      Gosto muito de trabalhar assim também com indivíduos tensos, estressados. Ao iniciar a aula, faço um trabalho de liberação miofascial com o rolo na região mais afetada e logo na sequencia, iniciamos os exercícios com ênfase em fortalecimento.
      Você costuma usar a liberação miofascial?

      Obrigada,

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    2. Viviane, realizei o curso inicial em Pilates a dois meses atrás, no momento estou apenas treinando meu corpo (aperfeiçoando a técnica nos aparelhos e solo),em breve estarei trabalhando no método com alunos. Concordo com seu raciocínio quanto ao trabalho muscular com mais flexibilidade, eu faria esse trabalho nos próprios aparelhos, em destaque no Barrel, junto ao treino cinestésico postural. Funciona bem a técnica com o rolo? Nao tinha pensado nesse acessória ainda.

      Abç te+

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  2. Oi Rafael,

    Que legal que está entrando no mundo dos pilateiros... espero que tenha muito sucesso.
    Sobre a liberação miosfascial com o rolo, trata-se de uma estratégia de auto-massagem, mas que funciona muito bem. Pensando nisso, eu vou preparar um texto falando de como utilizar o rolo na liberação miosfascial, assim coloco fotos também.
    Mas basicamente, o trabalho acontece no solo, com o aluno deslizando a região desejada sobre o rolo com descarga de peso. Experimente e veja o quanto alivia a fáscia. É dolorido, mas ajuda muito.

    Abraços, até mais,

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  3. Certo, obg pela informação!

    Voce tem algum texto sobre um modelo de ficha de avaliação para "alunos/pacientes" de Pilates?
    Eu montei uma, mas talvez exista algo que eu possa tirar ou acrescentar.

    Se puder me ajudar, agradeço novamente.
    te+

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