Um blog que surgiu do interesse de três colegas de profissão, profissionais de adoram o que fazem e não se cansam de trocar experiência, discutir o porquê de cada coisa, aprender e melhorar a cada dia nosso ofício. Junte-se a nós, apresente sua opinião de como você trabalha com o pilates, interaja.... será um prazer trocarmos nossas experiências!

29 de set. de 2010

Pilates e Hipertensão

A Hipertensão é uma patologia cada vez mais comum entre pessoas de todas as idades e é muito comum que indivíduos com este problema nos procurem  buscando atráves do Pilates recuperar sua qualidade de vida, diminuir o stress, entre outros fatores relacionados à pressão arterial. Acredito que o Pilates pode ajudar muito este tipo de cliente alcançar estes propósitos, mas acredito também que alguns cuidados precisam ser tomados com relação à escolha dos exercícios para este público.

Durante a atividade física se produzem mudanças na circulação sangüínea destinadas a prover um maior aporte de oxigênio aos tecidos que estão se movimentando. Este aporte maior se produz graças ao esforço do coração, devido a que este órgão aumenta o volume de sangue que envia ao corpo todo, uns 70 centímetros cúbicos de sangue por batida. Este valor, multiplicado por 70 batidas por minuto (a normal, em repouso) representa, aproximadamente, 5 litros por minuto. Mas durante o exercício esse volume pode chegar a se quintuplicar devido às mudanças que se produzem no organismo, por exemplo, o aumento da freqüência cardíaca. As necessidades metabólicas que surgem durante a atividade física são compensadas mediante adaptações do sistema circulatório central e o periférico, como o aumento da pressão arterial máxima e da freqüência cardíaca, a vasodilatação periférica e a local, e uma diminuição da pressão arterial mínima. O organismo contrai as artérias das regiões onde não se necessita um alto aporte de oxigênio, por exemplo, nas vísceras. E dilata ao máximo as zonas de esforço, dos músculos de pernas e braços, que requerem máximo aprovisionamento de oxigênio.  

Muitos índices de hipertensão podem estar relacionados a stress e ensinar às pessoas técnicas de gestão de stress eficientes, podem conduzir a uma redução do stress e a uma diminuição conseqüente da pressão arterial (McCaffrey et al., 2005) e o pilates, com suas metodologia consciente, pode desempenhar um papel importante nesta aprendizagem.

Devido a semelhança de muitos aspectos gostaríamos de citar a tese de mestrado do prof Danilo Santaella, onde relacionou-se a prática do  hatha yoga com a avaliação da pressão sangüinea em hipertensos. A conclusão foi que para os hipertensos, é importante associar exercício com o relaxamento como uma maneira de prevenir o estresse pois constatou-se que esse par diminuiu a sua pressão sanguínea.
Dentro das práticas de pilates acabamos encontrando estes dois aspectos: o exercício e o relaxamento.


Lembramos aqui alguns cuidados ao se prescrever exercícios para hipertensos, evitando estimular o aumento da pressão arterial e conseqüentemente o risco de ruptura de algum aneurisma durante a prática dos exercícios :


- Evitar trazer a cabeça abaixo do diafragma respiratório.

- Evitar permanecer de uma forma prolongada com os braços acima da cabeça sem descanso. E da mesma forma, a elevação das pernas permanecendo de forma estática por um período longo.

- Muito cuidado com as mudanças rápidas de posições.  Permita que o corpo faça os ajustes e adaptações calmamente.

- Cuidado com hiperventilações, expirações rápidas e forçadas e suspensão de respiração.

-  Evite que o aluno tombe a cabeça para trás, sem apoio ou sem controle.
- Exclua da série ou pelo menos evite as posturas invertidas (em que a pessoa fica de cabeça para baixo).


Esteja sempre atento a qualquer sintoma do seu aluno, perguntando e recebendo feedbacks incansavelmente, desta forma não haverá riscos. Outra sugestão que eu gostaria de deixar, (apesar de não conhecer) é da existência de um curso, realizado dentro do Incor (cito devido a seriedade de trabalho desta instituição) que trabalha de uma forma específica assuntos ligados ao coração, mas precisamente Pilates na Reabilitação Cardíaca” É promovido pela Unidade Clínica de Insuficiência Cardíaca e agradeço se alguém que conhece mais detalhes sobre o curso nos comunique.

Por Gerusa S. Gurak

Fonte auxiliar:

15 de set. de 2010

Novidade nas Bancas: Revista e Guia de Pilates



Para quem gosta de ver que o que está rolando na cabeça de profissionais de nossa área, além de novas propostas de trabalho, neste mês temos duas sugestões bacanas lançadas pela Editora On Line. Empresa que tem trabalhado duro em publicações sobre esta área que tanto gostamos, o PILATES. Ambas podem ser adquiridas nas bancas e, caso você não encontre indico o site da Editora.


A 5a  Edição da Revista Oficial de Pilates.  Coordenada pela Cida Barros, possui textos da Ângela Arraya e da Maria Luiza Mattos, jornalistas que estão cada vez mais feras nesta área e as séries de exercícios, além de artigos são de profissionais conceituados de Pilates, eu sou parceira da revista e cuido da revisão técnica.  Indico e acho que vale a pena a aquisição da revista pois nela você irá encontrar: 
Sugestões de eventos, cursos e livros da área
Uma entrevista com Camila Gomes Ventura, uma das primeiras Master Teachers do MK Pilates BR
Uma série sobre associação de pilates e exercícios aeróbicos
Exercícios de pilates para os glúteos
Sugestão de uma série de exercícios que estimula sistema imunológico
Artigo sobre pilates e evidências científicas
Uma matéria acompanhando uma aluna iniciante (avaliação e sugestão de exercícios)
Sugestões de exercício utilizando o Spine Corrector
Matéria sobre exercícios de pilates e respiração
Matéria sobre exercícios de pilates e respiração
Espaço divulgando roupas e acessórios de pilates
Artigo de Pilates contra stress 


E como uma edição extra e muito mais conteúdo (130 pg) encontramos o Guia de Pilates No2, sendo feita pela mesma equipe da Revista, encontramos matérias super legais. Gosto do Guia pois na sequência de cada série de exercícios, o profissional responsável pode através de um artigo explicar porque sugeriu tal sequência. São 142 exercícios divididos em: 


Série sobre o Power house, chamado por muitos de core
Matéria sobre a busca da coluna neutra
Preparando-se para a chegada do bebê é o tema da terceira matéria
Exercícios desafiadores estão na matéria sobre equilíbrio
Pilates no cotidiano infantil
Hérnia de disco e as possibilidades/indicações dentro do pilates
Uma série de exercícios sugeridas para a prática de pilates com aparelhos em grupo
Os exercícios avançados no pilates
Flexi Bar (barra flexível) adicionada aos exercícios de pilates
Plataforma Vibratória no Pilates
Série de abdominais utilizando vários aparelhos e acessórios
Fortalecimento de membros superiores com acessórios
Série de exercícios para os glúteos
Matéria sobre pernas fortes e alongadas
Roupas e acessórios para quem gosta de praticar pilates e manter-se na moda
Além de uma grande lista de Studios de Pilates pelo Brasil

Também colaborei com a revisão técnica do Guia do Pilates e se você quiser discutir sobre todo este material, fico a disposição, cada matéria gera uma discussão boa e como eu adoro falar sobre o pilates, fico a disposição por aqui... 


Por Gerusa S. Gurak (ggurak@hotmail.com) 

5 de set. de 2010

Pulseiras do Equilíbrio

De longe você pode até se confundir com um reloginho, mas este bracelete que tem aparecido no pulso de inúmeros atletas e artistas promete quase um milagre: melhorar o equilíbrio, força e flexibilidade. 
Promete ser capaz de interagir com o fluxo energético do corpo, mas não existe nenhuma pesquisa científica que comprove os benefícios da mesma. O próprio fabricante assume nunca ter feito um estudo científico para provar a eficiência do produto, sob a alegação de ser muito caro.
Pesquisando na rede, encontrei uma pesquisa: um estudo com 79 voluntários na Faculdade de Ciências de Atividade Física da Universidade Politécnica de Madri, Espanha, demonstrou que as pulseiras Power Balance não têm qualquer efeito sobre nosso equilíbrio. Comandado por Jesús Javier Rojo, médico e professor, o estudo envolveu estudantes e duas provas de equilíbrio, com e sem a pulseira, que foram fornecidas pela própria companhia que as vende. Aqui está o detalhe importante: foi um estudo “duplo cego”, onde nem os estudantes nem os realizadores do experimento sabiam quais pulseiras continham os “hologramas quânticos” e quais os tinham removidos. Isso só seria descoberto depois. "Uma vez terminada a tomada de dados, realizou-se um estudo estatístico para ver se havia efeito em ostentar a pulseira com ou sem o holograma ou se o efeito, se existisse, seria placebo. Os resultados indicam que a pulseira não tem nenhum efeito”, conclui Rojo em declaração ao jornal El País.
Vendedores e simpatizantes costumam aplicar testes nos interessados. Num deles, o participante se equilibra numa só perna com os dois braços abertos lateralmente. O instrutor, em seguida, empurra para baixo um dos braços da cobaia, levando-a a tombar. Depois, repete-se o ritual com o bracelete. A sensação é de que a resistência à queda aumenta. Já para a força, testa-se unindo e apertando o indicador e o polegar entre eles, o instrutor tenta afastar os dois dedos e, com a pulseira acabamos mantendo eles unidos por um tempo maior.
Em nosso Studio, logo que conhecemos as pulseiras e devido ao grande número de alunos usando, fizemos alguns testes usando os aparelhos de pilates e mesmo quem não conhecia a pulseira, nem seus supostos benefícios, acabava executando os exercícios com muito mais força e flexibilidade. Mas não me convenci. Mesmo sem acreditar nos efeitos, acabei ganhando de presente uma pulseira de uma aluna que acredita veemente nos efeitos positivo do uso deste bracelete.
Um dos garotos propaganda da pulseira é o jogador de basquete americano Shaquille O'Neal que conta que usando a pulseira conseguiu ganhar um jogo com 57 pontos de vantagem.
Como virou uma febre, a mídia tem tratado muito dela. Já vi reportagens na Record, Globo e entre várias revistas de circulação nacional. Algumas apenas apresentando os efeitos e outras desmascarando a mesma e divulgando que tudo não passa de uma fraude. Inclusive, a ANVISA já proibiu a propaganda do produto alegando que os resultados não foram comprovados.
Como educadora física, que estudou todos os princípios ligados à força, flexibilidade e equilíbrio; por ser uma praticante de pilates e yoga onde lido com minhas dificuldades diariamente; e como instrutora, que acompanha alunos, cada um com uma história, considero que:
  • Se você acompanha tendências de moda, esea pulseira pode ser um acessório moderno. Muitas pessoas têm trocado o Rolex por ela. Já vi fotos de atletas como Neymar, Luis Fabiano, Diego Hypólito, Cristiano Ronaldo;  David Beckham e Rubinho Barrichello chegam a aparecer com duas, uma em cada braço... atores como Leonardo DiCaprio e Robert De Niro também aparecem. Ana Maria Braga usava a pulseira enquanto participava da competição Dança dos Famosos no Faustão; surfistas e skatistas também aparecem em peso. 
  • Como fonte de renda parece funcionar legal. Essas pulseiras têm sido comercializadas a um valor alto e muitas pessoas têm faturado alto com a venda delas. 
  • Nunca duvide do poder dos seus pensamentos e crenças. Nossa mente tem um poder fantástico. Se você acreditar que a pulseira pode te ajudar, com certeza ela irá te ajudar.
  • Mas se quiser mesmo melhorar seu equilíbrio, invista esse dinheiro em uma consultoria com um professor de educação física e faça um programa de exercícios físicos regulares. Não é um método mágico nem instantâneo, mas vai lhe fazer bem de verdade. E o pilates, sendo acompanhado por profissionais formados por diversas graduações (fisioterapia, educação física, dança ...) possui dentro da sua essência  ferramentas eficientes para a busca de equilíbrio, força e flexibilidade.






Por Gerusa S. Gurak


Fonte imagens: 

1 de set. de 2010

Síndrome do Desfiladeiro Torácico, você conhece?


Muitas vezes nos deparamos com desafios a superar em nossas aulas. Um grande e constante desafio é diminuir a tensão muscular na região dos ombros e pescoço de nossos alunos. Os músculos esternocleidomastóideo e trapézio porção superior são afetados constantemente pelo stress do dia-a-dia e pela má postura. 
Alguns casos podem ser amenizados com um bom trabalho de propriocepção e fortalecimento da postura, mas alguns parecem não responder positivamente a esses estímulos. Isso porque alguns casos não são simples tensões musculares, mas sim a Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT).
Trata-se de uma compressão do plexo braquial tão intensa que inibe a circulação sanguínea de membros superiores. O plexo braquial é o conjunto de cinco raízes que saem da medula no pescoço, comunicando-se entre si, dando origem a todos os nervos do membro superior.  
A compressão ocorre devido a alterações posturais ou anatômicas que alteram o triângulo formado pela primeira costela, clavícula e músculos escaleno e peitoral. Daí o nome “desfiladeiro”.
O aluno sente dor intermitente relacionada ao movimento, normalmente em extensão e abdução de ombros. Pode haver também parestesia e déficit de força em membros superiores.
O tratamento é baseado em bloqueios anestésicos locais nos pontos-gatilho, tratamentos tradicionais de fisioterapia (TENS, por exemplo) e exercícios posturais e de fortalecimento.
Exercícios de alongamentos oferecem grande sensação de alívio para esses alunos e são muito indicados. Os exercícios de força são necessários, porém devem ser aplicados com muito cuidado, respeitando a amplitude de movimento para não agravar a tensão gerada pela síndrome. Indica-se iniciar o trabalho de força com exercícios isométricos. Exercícios de mobilidade de coluna, pescoço e cintura escapular são indicados para aumentar a propriocepção do aluno e alongar musculaturas mais profundas. O feedback do aluno serve como base para este trabalho dar certo.
Sugira que seu aluno entre em contato com o médico ortopedista ou fisioterapeuta caso ele apresente alguns dos sintomas dessas síndromes e bom trabalho pela frente!

 Por Viviane Vales

Fonte imagem: dralucianapassos.blogspot.com