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2 de nov. de 2010

Periodização no Pilates

                  A periodização é uma excelente ferramenta de planejamento e estruturação do treino. Com ela, o professor pode atingir os objetivos desejados pelo aluno otimizando cada sessão de treinamento. A periodização é muito utilizada em atividades como a musculação, por exemplo, onde é possível trabalhar isoladamente as capacidades físicas e fazer o controle de carga em cada uma delas.
            Já no ambiente do Pilates, existe uma grande discussão entre os profissionais de como aplicar a periodização considerando a variabilidade de estímulos utilizados em uma mesma sessão de treinamento.
As aulas de pilates oferecem um trabalho corporal geral, com a união de diversas capacidades física em um mesmo movimento. Desta forma, como planejar e montar a periodização de um aluno sem desconsiderar os princípios do método?
O nosso objetivo agora não é apresentar um modelo pronto de periodização no método, mas sim ressaltar alguns pontos que devem ser considerados para isso e também sugerir algumas formas de trabalho.
Considerando o modelo de periodização clássico, criado por Matveev, temos que definir os períodos chamados de macrociclo, mesociclo e microciclo. Sugerimos utilizar para o macrociclo e mesociclo as classificações utilizadas pelo modelo original. É possível encaixá-lo no método utilizando uma visão geral do treinamento.
Macrociclo 

Período:
- Preparatório (fase: básica ou específica)
- Manutenção (fase: manutenção)
- Transitório (fase: recuperação)

Mesociclo

- Incorporativo
- Desenvolvimento
- Estabilização
- Recuperativo

            A dificuldade maior está em classificar o microciclo e as sessões. Com a maioria dos movimentos combinados, os exercícios do pilates não são feitos em grandes repetições e séries e também não são realizados igualmente ao longo do micro ou mesociclo.
            Um mesmo exercício, por exemplo, o swan, pode ser realizado de diversas formas: no cadillac com ou sem auxílio de molas, na cadeira com ou sem apoio da caixa, reformer na caixa, solo com ou sem acessórios, barril, etc. O fato de mudar o apoio para a realização do estímulo já gera um novo estímulo para o sistema neuromuscular.
            Para seguirmos os conceitos de adaptação neuromuscular e assim poder periodizar como no método clássico, seria necessário descaracterizar os modelos de aula do método pilates.
            Dessa forma sugerimos algumas formas de organizar esse período do treinamento.
Podemos partir do princípio das variáveis de treinamento: intensidade, volume, freqüência, densidade e complexidade. Podemos trabalhar também definindo quais capacidades físicas e elementos fundamentais do pilates devem ser estimulados com prioridade e manter essa ordem até que haja adaptação neuromuscular satisfatória. Talvez seja necessário escolher alguns exercícios que atendem às necessidades do aluno e que será repetido dentro do mesociclo.
            Como é possível notar, não há consenso sobre periodização no método Pilates porque é uma tarefa muito difícil. São muitos pontos a serem considerados e muitos princípios a serem mantidos. Como você trabalha em seu studio? Como planeja o desenvolvimento da condição física de seus alunos? Esperamos sua contribuição nessa discussão.

Por Viviane Vales

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